FOTO: CARLOS SILVA |
Obras de derrocamento na Hidrovia Araguaia-Tocantins, a recuperação da PA-150, a construção do porto de Marabá, o asfaltamento da BR-163 (Santarém-Cuiabá) e a federalização da rodovia PA-253 foram assuntos tratados pelo governador Simão Jatene nesta terça-feira (20), em audiência com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, em Brasília. Na avaliação do governador, a audiência foi positiva para o Estado do Pará, pois mostrou a união da bancada e do empresariado paraense em defesa dos interesses do Estado, independentemente de ideologia partidária.
Da audiência, solicitada pelo governador Simão Jatene, participaram ainda os secretários Especiais de Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento Sustentável, Sérgio Leão; de Promoção Social, Nilson Pinto, e de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção, Shydney Rosa, vários parlamentares da bancada paraense, liderada pelos líderes Fernando Flexa Ribeiro, no Senado Federal, e Beto Faro, na Câmara dos Deputados.
O senador Mário Couto e os deputados federais Lyra Maia, Asdrúbal Bentes, Miriquinho Batista, Zé Geraldo e Josué Bengtson estavam no encontro, que teve ainda a presença do deputado estadual Júnior Ferrari, do prefeito de Marabá, Maurino Magalhães, e de empresários da região sudeste do Estado.
O governador abriu a reunião definindo o encontro como a consolidação da democracia em favor do Pará. Em seguida, criticou a falta de investimentos em obras essenciais na Amazônia, em especial no Pará, nos últimos 10 anos. Segundo Jatene, o Pará tem contribuído muito com o Brasil, servindo como base de apoio para projetos fundamentais, mas na última década não tem recebido em troca apoio para projetos do interesse de sua população, que tragam benefícios, principalmente econômicos.
Alça Viária - A recuperação da rodovia PA-150 foi o primeiro ponto da pauta. O governador pediu ao ministro apoio para a recuperação da rodovia, vital para o desenvolvimento da região, pois une o norte ao sul do Estado. Segundo o governador, a Alça Viária, considerada o ponto de partida da PA-150 a partir da Região Metropolitana de Belém, já está em obras, com recursos do governo do Estado.
O Pará quer agora a recuperação da rodovia a partir do município de Moju, e precisa que o governo federal recupere a rodovia em seu trecho federalizado, a partir de Marabá até o sul do Estado. O ministro mostrou ao governador uma portaria, assinada no último dia 19, autorizando a recuperação do trecho compreendido entre os municípios de Marabá e Redenção, e prometeu que as obras iniciarão antes do período chuvoso na região.
Hidrovia - O segundo ponto abordado por Simão Jatene foi o derrocamento de trechos do rio Tocantins, para garantir a completa navegabilidade no rio e viabilizar a Hidrovia Araguaia-Tocantins. Derrocamento é a retirada de um conjunto de pedras que alteram a capacidade de navegação em determinado trecho da hidrovia. Com as obras, a hidrovia deverá aumentar o nível de profundidade em momentos de seca, que hoje é de 1,5 metro, para 3,5m, além de permitir a navegação de comboios de 200 metros de comprimento por 32m de largura, e com capacidade de transporte de 20 mil toneladas.
O principal trecho a ser adequado fica entre a Ilha da Bogéia, no KM-350, e a Vila de Santa Terezinha do Tauri, numa extensão total de 43 quilômetros, na região do médio Tocantins, a 100 km da Usina Hidrelétrica de Tucuruí.
Os empresários da região de Marabá e alguns parlamentares informaram ao ministro que empresas de várias partes do Brasil e até do exterior têm interesse em investir no Pará, mas somente se essa logística for resolvida. Segundo eles, 13 milhões de toneladas de produtos passam hoje pela hidrovia, mas esse número pode chegar a 80 milhões se o derrocamento for realizado.
O senador Flexa Ribeiro enfatizou ao ministro Paulo Sérgio Passos que a hidrovia não tem importância somente na logística de exportação de produtos, mas também de importação, trazendo inúmeros benefícios ao Estado.
Parceria - Outra preocupação dos paraenses foi saber se a obra ainda estava incluída na relação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo Federal. O ministro disse que a presidente Dilma Roussef manifestou interesse em que todas as obras envolvendo a Hidrovia Araguaia-Tocantins tivessem andamento e pediu aos ministérios dos Transportes e do Planejamento que mantivessem contatos com a empresa Vale para o estabelecimento de uma parceria na realização dos serviços.
O interesse da Vale em um projeto específico na região, a siderúrgica Alpa (Aços Laminados do Pará), foi ressaltado pela bancada paraense ao ministro. Para Flexa Ribeiro, é perigoso estabelecer uma parceria nesse sentido, visto que a Vale tem seus próprios interesses e pode ser preocupante a cobrança, no futuro, de uma preferência na utilização da hidrovia.
O governador disse que respeita a decisão da presidente, mas que o Estado do Pará está pronto a buscar alternativas, caso a parceria anunciada pelo governo federal não seja efetivada.
Ainda no âmbito da hidrovia, o ministro respondeu ao pedido dos empresários da região de Marabá sobre a construção de um porto mais moderno no município, dizendo que o Ministério dos Transportes pretende iniciar estudos ainda este ano para avaliar técnica e economicamente a viabilidade da obra.
Rodovias - Simão Jatene conversou ainda com o ministro sobre as obras na BR-163. Ele disse que sobrevoou as obras e ficou satisfeito com o andamento. Em seguida, sugeriu ao ministro interligar as rodovias PA-254 e BR-156, no norte do Pará e no Estado do Amapá.
Segundo o governador, a necessidade de integração total do Brasil é um desejo antigo, que a atual administração pode realizar, unindo regiões amazônicas – e até países vizinhos, como a Guiana Francesa – há muito tempo separadas geograficamente. Ao final do encontro, Jatene disse que o ministro aceitou a “provocação”.
Logística é a palavra-chave para o desenvolvimento econômico mundial, disse Jatene, acrescentando que o ministro dos Transportes se mostrou interessado nas propostas para a melhoria desse setor no Pará. Beneficiando o Estado, ressaltou ele, beneficiaremos o Brasil, “pois nossa importância estratégica é fundamental para o desenvolvimento do país”.
FONTE: SECOM
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