A Polícia Civil indiciou dois atuais coordenadores e o ex-coordenador de finanças da subsede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Pará em Xinguara (Sintepp) por apropriação indébita e falsificação de documento público. São eles: Janisley de Siqueira Barsanulfo (foto), Dawson Luiz Scarparo e o José Ferreira de Sousa Filho, ex-coordenador de finanças do sindicato no município do sudeste paraense. O caso já foi encaminhado à justiça de Xinguara e aguarda despacho do juiz da cidade.
Os três foram denunciados pelo professor Raimundo Marinaldo Guilherme Rodrigues, que também participava da coordenação do sindicato, por repassar cinco cheques vinculados à conta corrente do Sintepp na boate Rosa Palmeirão, conhecido ponto de prostituição da cidade, para pagar despesas feitas no local. Os cheques foram devolvidos por falta de saldo e posteriormente resgatados pela professora Conceição Holanda, da coordenação da Secretaria de Finanças do Sintepp estadual em Belém. O caso foi registrado no mês de setembro e se refere a cheques emitidos entre os anos de 2010 e 2012.
Na denúncia à polícia, o professor Raimundo Marinaldo relatou que cinco cheques do sindicato totalizando R$ 3.350 foram trocados por um professor identificado como Luciano Teles Bueno. Os valores seriam resgatados por Janisley tão logo recebesse os repasses do sindicato, no entanto, os documentos foram devolvidos por não haver saldo na conta da entidade.
Em depoimento ao delegado José Orimaldo Farias, o coordenador Janisley de Siqueira disse que o sindicato já havia apurado as denúncias do professor por meio de uma comissão de ética, chegando à conclusão de que o coordenador não tem responsabilidade sobre os cheques emitidos. Janisley destacou que a comissão de ética foi convocada por ele e usou o direito de só responder em juízo ao ser indagado a respeito da ida à boate Rosa Palmeirão. Janisley admitiu, entretanto, que trocou cheques com o professor Luciano Teles para pagar despesas com seminários, manifestações e greves coordenadas pelo Sintepp.
O coordenador Dawson Luiz Scarparo negou o uso do dinheiro do sindicato para custeio de despesas na boate e admitiu ter ido ao local, frisando ter pagado a conta com dinheiro do próprio bolso. Scarparo disse estranhar que o professor Raimundo Marinaldo tenha feito as denúncias somente em 2014, já que Marinaldo pertencia a mesma gestão, e o acusou de desviar dinheiro do Sintepp para o pagamento da entrada de um veículo.
O gerente da boate Rosa Palmeirão, Leonino Amorim dos Santos, conhecido como Marcelo, confirmou ter recebido em 2011 um cheque em nome do Sintepp para cobrir consumo de um cliente e outras duas pessoas. Marcelo descobriu que o cheque não tinha fundos e passou a procurar Janisley para cobrar a dívida. O gerente disse ter marcado várias datas para receber o dinheiro, mas o compromisso não foi cumprido. O cheque foi protestado no cartório de Rio Maria, cujos funcionários entraram em contato com Marcelo meses depois para resgate dos valores. O gerente informou que o valor do cheque e as custas do protesto foram resgatados por um representante do Sintepp, em Belém.
O ex-coordenador de finanças do Sintepp em Xinguara, José Ferreira de Sousa Filho, admitiu ter ido à boate e pago as despesas com cheques da entidade. Ele alegou ter se desligado do Sintepp e não saber se os cheques que voltaram foram resgatados. O professor Luciano Teles confirmou ter trocado vários cheques para o sindicato, mas disse que nunca se beneficiou disso e que 'só teve prejuízo'.
Outro lado: O Sintepp em Belém informou por meio de sua assessoria de comunicação que tomou conhecimento da denúncia e enviará nota à redação do ORM News com posicionamento oficial sobre o caso. (Fonte: ORMNews)
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