PRESOS |
A Polícia Civil descobriu uma nova modalidade de crime que envolvia a extorsão de funcionários de agências bancárias e a prática de estelionato (golpe). Três pessoas foram presas, em Belém, acusadas de receber dinheiro proveniente do crime em suas contas bancárias pessoais. As prisões foram realizadas, em Belém, pela equipe da Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE), sob comando do delegado Neyvaldo Silva, que apelidou a ação criminosa de “sapatinho telemático” em alusão à modalidade de assalto a banco conhecida como “sapatinho”, em que bandidos sequestram familiares de bancários para obrigá-los a retirar dinheiro do banco em troca de liberdade dos reféns. No novo golpe, os bancários receberam telefonemas dos golpistas, que alegaram estar com familiares reféns e que, para tanto, deveriam fazer uma transferência bancária para uma conta, caso contrários, os supostos reféns sofreriam as consequências.
Em duas ocasiões, funcionários que atuam como caixas bancários, em duas agências no interior do Pará, caíram no golpe, acreditando que os familiares estavam sob domínio de bandidos, e fizeram transferências em dinheiro para contas bancárias, sem verificar tudo não passava de uma farsa. Em um dos casos, em Redenção, sul do Pará, na sexta-feira passada, uma funcionária do caixa chegou a transferir R$ 300 mil. Na segunda-feira passada, em Parauapebas, cerca de R$ 90 mil foram transferidos por uma conta bancária. As informações foram repassadas à Polícia Civil que passou a investigar as ações criminosas.
No decorrer das investigações, policiais civis da DIOE prenderem, na capital paraense, Andréa Ferreira dos Santos, 32 anos; Selma Araújo da Silva, 28, e o irmão de Andréa, Anderson Santos da Silva, 30, que foram autuados em flagrante por extorsão e estelionato. A conta de Anderson foi usada para receber R$ 100 mil do dinheiro transferido das agências do interior do Pará. Parte do valor – R$ 70 mil – foi depositado em uma contra de outra agência bancária. Já as duas mulheres receberam R$ 20 mil dos valores. Anderson, que foi preso quando deixava uma agência bancária, na Avenida Presidente Vargas, centro de Belém, estava com R$ 5 mil, parte também do dinheiro transferido das vítimas do golpe. Os presos negam envolvimento no crime e alegam terem sido vítimas.
Selma, que é paraibana, conta que trabalha como acompanhante, para o site “Coelhinhas do Brasil”, onde os contatos ficam expostos na internet aos interessados. Segundo ela, um homem, que se identificou como empresário, ligou dizendo que tinha um negócio para oferecer, em que deveria fornecer a conta pessoal para receber depósito de determinado valor. Ela conta que a mesma pessoa entrou em contato com a outra acusada, que, por sua vez, pediu ao irmão para fornecer sua conta bancária para o depósito.
O delegado acredita que se trata de uma quadrilha interestadual especializada nesse tipo de golpe, pois as ligações às vítimas partiram de números de celular com código de área do Rio de Janeiro. “Acreditamos que haja mais pessoas envolvidas. As investigações serão aprofundadas”, explica. O policial civil alerta aos funcionários de bancos que não caiam nesse golpe. “Caso recebam telefonemas, procurem verificar antes se os familiares estão bem e entrem em contato com a Polícia. Jamais façam transferências de dinheiro”, orienta. O delegado orienta ainda às pessoas que não aceitem receber em suas contas bancários valores em dinheiro de origem desconhecida, sob promessa de vantagem financeira. (Fonte: Polícia Civil / PA)
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