Um indígena da etnia Suruí, cacique de uma aldeia na reserva Sororó, cerca de 70 km de São Geraldo do Araguaia, foi preso na manhã desta quarta-feira pela Polícia Federal no município de Marabá, sudeste paraense, sob as acusações de cárcere privado, roubo, extorsão, danificação do patrimônio público e tentativa de homicídio.
Segundo o delegado da Polícia Federal de Marabá, Antônio Carlos Cunha de Sá, o cacique, identificado como Elton Suruí, respondia a sete inquéritos e colaborava para desordem e desrespeito à legislação na região. “Cada conduta ofensiva do cacique contribuiu para o mandando de prisão. O ideal é que ele permaneça segregado pelos crimes que cometeu até que mude sua postura”, afirmou.
O indígena Elton Suruí executava as infrações sempre sob o discurso de buscar melhorias para a aldeia. O delegado afirmou que o cacique chegou a prender servidores públicos e roubar viaturas da Fundação Nacional do Índio (Funai) com o propósito de obter suas reivindicações atendidas pela organização.
Além destes crimes, o cacique Elton costumava extorquir com ameaças os condutores de transportes alternativos do município para, junto com seus companheiros de tribo, não pagarem as passagens cobradas.
Para o delegado Antônio de Sá, a gota d’água que garantiu o mandado de prisão do indígena foi o bloqueio da Rodovia BR no mês passado, nas proximidades de São Geraldo do Araguaia feito pelo cacique e seus companheiros. Na ocasião, o Elton portava uma espingarda calibre 20 e atirou no pneu do caminhão de um motorista que reclamava da barreira. Para a Polícia Federal, o disparo pode ser entendido como uma tentativa de homicídio.
A Polícia considera a prisão necessária e não teme qualquer tipo de manifestação da aldeia Suruí. “A prisão aconteceu nos limites da lei e é uma forma de garantir a integridade de outras pessoas. Também é importante ressaltar que PF respeita as comunidades indígenas e seus líderes, inclusive atuou várias vezes pela proteção destes, mas não pode ignorar tais infrações cometidas pelo cacique”, alegou o delegado Antônio de Sá. (Fonte: ORMNews)
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